Um estudo mostrou que a empagliflozina, além de tratar o diabetes,
diminui em 38% o risco de morte por problemas cardiovasculares.
É a primeira vez que um antidiabético demonstra esse benefício
Os pacientes que tomaram o antidiabético por três anos tiveram seu risco de morte por complicações cardíacas reduzido em 38%, por qualquer causa em 32% e as hospitalizações por insuficiência cardíaca crônica em 35%(Jeffrey Hamilton/Thinkstock/VEJA)
Um novo estudo mostrou que a empagliflozina, medicamento utilizado para o tratamento de diabetes tipo 2, reduz em 38% a probabilidade de morte por eventos cardiovasculares e em 32% por qualquer causa em pacientes com alto risco de complicações cardíacas. Os dados foram apresentados durante o Encontro Anual da Associação Europeia para o Estudo de Diabetes, realizado em Estocolmo, e publicados simultaneamente na revista científica New England Journal of Medicine.
"Essa é a primeira vez na história que um medicamento antidiabético se mostra eficaz na redução de eventos cardiovasculares, que são a principal causa de morte destes pacientes", diz o cardiologista José Kerr Saraiva, chefe do serviço de cardiologia do Hospital Universitário da PUC-Campinas e um dos autores do estudo. "Até agora, todas as pesquisas realizadas com outros medicamentos mostraram que eles não tinham nenhum efeito sob o risco cardiovascular ou, em um caso específico que foi inclusive retirado do mercado, aumentava esse risco. Por isso, esse estudo é um grande marco e foi recebido com muito ânimo pelos cardiologistas", explicou.
O estudo EMPA-REG descobriu que o Jardiance, nome comercial do medicamento, também mostrou que as hospitalizações por insuficiência cardíaca crônica caíram em 35%. Após três anos de acompanhamento, 10,5% dos participantes no grupo de Jardiance sofreram um infarto, AVC ou morreram por outras causas cardiovasculares, em comparação com 12,1% dos pacientes que tomaram o placebo. O que corresponde a uma redução relativa de 14% no risco destes eventos.
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